sexta-feira, 20 de maio de 2011

Enunciados de matemática - erros dos alunos - I

A tendência do cérebro é errar. E isto é mais verdade se tratamos das nossas crianças.

Vamos examinar este enunciado de questão de matemática para a quinta série:

O parque nacional da Serra da Canastra recebe 432.450 visitantes por ano. Calcule o número de visitantes por mês. Dê a resposta sem as casas decimais.

Vejam o cálculo que o aluno colocou no espaço para a resposta:


Não é preciso se escandalizar, ou dizer "mas não é possível !", nem ter outro tipo de manifestação dramática. Para uma criança de 11 anos isto é perfeitamente aceitável como, no dito popular:

Falta de atenção

Mas é apenas isto ? O que é isto que chamamos agora de falta de atenção ?

O termo correto é:

Acesso à região incorreta de uma rede neural.

Vejamos a rede de idéias acessada por este enunciado na grande rede que uma criança foi construindo ao longo de sua curta vida até esta idade:


Vemos que o caso da tal atenção é uma questão (como se está dizendo muito por aí) de FOCO.

Não somos máquinas que vão exatamente no lugar certo da primeira vez e para sempre (não havendo defeito). Somos falhos. Na figura existe o foco correto que ficou embaçado pela falibilidade da natureza humana, e o Foco da criança no momento em que estava fazendo a questão.

O neurônio conceitual de mês está presente na intersecção dos dois focos. A criança desviou o foco um pouco para baixo, acessando o valor de ligação matemático entre Mês e Dia, ao invés de acessar o valor correto pedido que liga o Mês ao Ano. Daí o aluno ter dividido o número de visitas por 30 (número de dias do mês), ao invés de ter dividido por 12 (número de meses do ano).

Em um erro maior de foco, o aluno poderia até ter pego como número de visitas um outro valor mencionado na questão anterior ou posterior da prova, dado o nervosismo que as pessoas demonstram frente às avaliações.

Conclusão

A chamada falta de atenção dos alunos se deve ao foco confuso que tem frente às situações. Sua rede de conhecimentos é normal, pois sempre estão prontos para aprender coisas novas. O que é preciso mostrar ao aluno é justamente os erros que se podem cometer no acesso aos seus mapas de memória, da forma como mostrada no diagrama deste post, para que ele entenda as possibilidades de erro de que pode ser vítima.

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