sábado, 14 de agosto de 2010

O sujeito nas descrições

Conhecimento sedimentado e cristalizado nas décadas de estudo da língua portuguesa:

Descrições tem como único sujeito a própria coisa descrita.

Durante muito tempo, aplicando a ciência da informação aos textos, parecia que o sujeito da descrição inexistia. Colhia-se as informações do texto (data-mining: mineração de dados) e parecia que estas informações eram expressões do metal principal nas suas diversas formas, como aparece o ferro na natureza  combinado de formas diferentes, ora como sulfato, ora como óxido ferroso, ora como óxido férrico, ora como cloreto.

Como também vivo no terreno da comunicação, e esta é uma das expressões mais nobres do raciocínio (pois não basta pensar em uma determinada coisa, é preciso saber expressar como esta coisa é da forma conveniente no tempo correto), fiz um experimento mental. Neste experimento, supus que existe um narrador na descrição, e este realemnte existe, e é o própriio autor do texto.

E então a coisa muda. A descrição não é verdade absoluta mas expressão pessoal, de quem descreve a coisa. E realmente, ninguém tem domínio absoluto da realidade:

Ninguém vê determinada coisa como ela realmente é.

Isto ocorre pelo fato do cérebro ser apenas um simulador da realidade.

Então, vamos encarar os textos na forma de comunicação, ou seja, de que qualquer texto expressa um discurso, e que, além de todos os personagens que ele possa conter, o ponto de vista é do narrador.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O sujeito

Suponhamos que as personalidades, os ídolos, os executores, os líderes sejam aquilo de maior importância se pode extrair da história, regional ou universal. Vamos tentar (1) contradizer esta suposição, posto que a contrarazão é a mais potente arma de investigação mental. E (2) vamos colocar a importância da individualidade do nome, esta instituição que ressalta o valor de um elemento do conjunto dos viventes, ou que tem força mesmo para designar um tipo de entidade.

Para contradizer o sujeito como a maior força, podemos dizer:


  • O ato supera o sujeito, ou seja, é mais permanente do que ele (fenomenologia);
  • Qualquer um poderia executar o ato que um executou (concidência);
  • Pessoas nascem em qualquer lugar, a qualquer hora (disponibilidade);
  • Por um acaso, tal sujeito perpetrou um ato (aleatoriedade).


Ora, não é assim. O baluarte mais seguro e conhecido para se analisar a importância do sujeito é a abordagem de Deus sobre suas criaturas na Bíblia. Moisés é um forte exemplo. Este foi preparado durante 40 anos. Por que, se o ato é tão ou mais importante que o ator, não convocou Deus um homem já pronto, e, mais do que isso, um que não tivesse a dificuldade de falar que o próprio Moisés confessou a Ele (Deus) ?

Uso este argumento como um definitivo para ressaltar o valor do indivíduo.

Agora Jacó, outro líder que ganhou de Deus até outro nome, honraria que poucos ganham, o de Israel. Jacó era um enganador, até Deus convocá-lo, mudar seu nome, e dele fazer sair a nação cujo nome não sai dos noticiários. Por que não destacar alguém bem honesto, capaz, primogênito ( Jacó nasceu alguns segundos após Esaú) para a construção da nação Israelita ?

A resposta é ser o homem obra única, cada um deles, cada um de nós, sobreviventes nós logo ao nascer de uma saga de 250 a 300 milhões de espermatozóides valentes. Ora veja, como se diz: somos mais que vencedores, pois ao nascer já vencemos milhões.

Valor individual, fruto de pinceladas precisas do criador não sobre uma tela de papel inerte, mas em tecido vivo de proteínas, gorduras e carboidratos, com complexo funcionamento e características colhidas em um oceano de combinações genéticas, mas não só isso, pois que vivemos a custa de sopro de Deus, do próprio Deus, com a impressão do misterioso dizer: "à imagem e à semelhança de Deus".

Sim, o sujeito é importante, quando:


  • Carrega um objetivo no plano de Deus;
  • Ajuda a salvar outros seus semelhantes espiritual ou fisicamente;
  • Executa atos que serão repetidos por outros indivíduos para crescimento espiritual da espécie.

Sob este ponto de vista, o sujeito é importante.

A preposição "de" ("da"/"do")

Faça um simples exercício de coleta em um texto qualquer, e observe o número de vezes em que aparece a preposição "de" e seus derivados compostos  ("da"/"do"). Você vai se impressionar. Anote as expressões:

xxxxxxx de/da/de yyyyyyyyy

e comece a analisar a função desta única preposição. Use-a como ponto de apoio da análise do texto e de suas relações. E depois use-a para comparar dois textos sobre o mesmo tema, e que tenham mais ou menos o mesmo tamanho.

Anote as ocorrências em uma tabela, e surpreenda-se com o resultado.

sábado, 20 de março de 2010

O português é uma chave para desvendar o cérebro

Ao ensinar meu filho algumas coisas sobre a língua portuguesa, eu lhe disse, em certo momento:

"O cérebro é uma máquina de produzir textos"

Mas por que eu disse isto?

Eu estava dando a ele o exemplo de como ele conta os fatos de sua vida para os colegas. A situação que eu utilizei foi a de um acidente. Eu supus que ele chegasse na escola, em sua classe, e contasse que acabou de ver um acidente.

A imagem que ele tem do acidente é um quadro impressionista onde existe um carro preto e um carro branco. Então ele diria, como índio (brinquei com ele para tornar a situação a mais primitiva possível):

"Acidente carro preto carro branco".

Seus colegas, obviamente, ouvindo este "discurso indígena", diriam:

"Como assim ? Explica melhor."

Então meu filho diria:

"Acidente, carro preto bateu carro branco."

Ainda é uma linguagem de índio, mas já apareceu um verbo. Seus colegas ainda não ficariam satisfeitos, e diriam:

"Você estava num dos carros, te contaram, ou você viu ?"

Meu filho refaria a frase:

"Eu vi acidente. Carro preto bateu carro branco."

Os colegas perguntariam:

"O carro preto bateu no carro branco ou o contrário ?"

Meu filho responderia agora:

"Eu vi um acidente. Um carro preto bateu num carro branco."

Mas este verbo ver fez parte do acidente ? Não, mas como um fato, sem observação e sem observador, é como se não existisse para a sociedade que o cerca, como se fosse um crime não descoberto, aquele que faz o discurso, que narra o fato, o narrador, precisa se incluir na ação, mesmo começando com:

"Eu ouvi dizer ..."

Esta necessidade de detalhes é fruto da incapacidade dos cérebros (das pessoas) compreenderem os fatos que não viram pela via narrativa.

domingo, 14 de março de 2010

Criança aprende primeiro os substantivos

Fruto de estudos exaustivos de neurociência e neurolinguística é a constatação de que as crianças aprendem, em primeiro lugar os substantivos. Prova disto é se referir a mamãe e papai, guardando denominações de entidades importantíssimas, em primeiro grau, para a sua sobrevivência. Chamar um destes dois garante a satisfação imediata de alguma necessidade ou prazer

E isto é bem lógico, pois para o passo seguinte, as relações entre as coisas (substantivos), que as coisas individualmente precisam ser bem conhecidas. Se não conhecermos o significado da coisa chamada de casa e da coisa chamada de família, não poderemos estabelecer que a família habita uma casa.

E as verdades da família são as primeiras captadas pela criança, daí a necessidade dela ser criada em uma família.