Conhecimento sedimentado e cristalizado nas décadas de estudo da língua portuguesa:
Descrições tem como único sujeito a própria coisa descrita.
Durante muito tempo, aplicando a ciência da informação aos textos, parecia que o sujeito da descrição inexistia. Colhia-se as informações do texto (data-mining: mineração de dados) e parecia que estas informações eram expressões do metal principal nas suas diversas formas, como aparece o ferro na natureza combinado de formas diferentes, ora como sulfato, ora como óxido ferroso, ora como óxido férrico, ora como cloreto.
Como também vivo no terreno da comunicação, e esta é uma das expressões mais nobres do raciocínio (pois não basta pensar em uma determinada coisa, é preciso saber expressar como esta coisa é da forma conveniente no tempo correto), fiz um experimento mental. Neste experimento, supus que existe um narrador na descrição, e este realemnte existe, e é o própriio autor do texto.
E então a coisa muda. A descrição não é verdade absoluta mas expressão pessoal, de quem descreve a coisa. E realmente, ninguém tem domínio absoluto da realidade:
Ninguém vê determinada coisa como ela realmente é.
Isto ocorre pelo fato do cérebro ser apenas um simulador da realidade.
Então, vamos encarar os textos na forma de comunicação, ou seja, de que qualquer texto expressa um discurso, e que, além de todos os personagens que ele possa conter, o ponto de vista é do narrador.
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