Um problema simples de proporção:
Saulo, Sabrina, Jô e Denise obtiveram os seguintes resultados em um teste de Português com 20 questões:
Perguntou-se:
Qual o número de questões certas para cada aluno ?
No momento da prova, é preciso marcar as diferenças nos enunciados. Dois enunciados usam "acertou" e outros dois usam "errou". Além disto, as proporções foram expressas em decimais (0,7 e 0,2) em fração ( 8/10 ) e em percentual ( 25 % ).
O problema do "contrário"
Contam alguns professores que este simples problema foi capaz de confundir alunos da 5a. série no seguinte sentido.
No caso de acertos, os alunos facilmente multiplicaram os números proporcionais pelo número de questões (20). No entanto, para os dois últimos casos, em que o enunciado foi feito na base do "errou", os alunos "travaram", e alguns fizeram a DIVISÃO.
Por que isto aconteceu ?
Histórico
O quinto ano é justamente o ano para se consolidar os conceitos de multiplicação e divisão. Várias situações lhes foram apresentadas, e eles guardaram que em uma situação se usava multiplicação, e em outra a divisão, em diversos problemas.
Na hora em que surgiram problemas de erros e acertos, a orientação da professora no caso do "errou" foi:
No caso dos erros, faça o CONTRÁRIO
Ora, em sua mente, a professora queria dizer que após a operação, no caso do "errou", era preciso subtrair do número de questões o número de erros, obtendo então o número de acertos.
Mas como o ano letivo desta série dá ênfase à multiplicação e divisão, na mente dos alunos o CONTRÁRIO de uma situação com multiplicação era o de divisão, daí todo este equívoco.
Conclusão
Os professores devem tomar cuidado com o uso linguístico de expressões genéricas como "faça o contrário", "faça o cálculo", "basta tirar". Estas expressões são imprecisas. É preciso superar a preguiça de explicar detalhadamente, ou tentar superestimar o aluno, dizendo que "eles tem que se esforçar". Isto induz a erros.
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