Como se trata da descrição de uma pessoa observada por quem escreve, marcamos alguns trechos referenciais:
- José Dias é a pessoa descrita, portanto marcamos o seu nome com o retângulo verde. Um nome não deixa dúvidas, portanto não precisa ser explicado;
- O Rio de Janeiro é um dos locais de referência. Pode ser o local da descrição. Se não o for, pelo menos serve de referência para localização;
- O trecho cujo fundo é cinza é um pensamento de quem descreve a pessoa e o cenário. Não tem significado para nossa abordagem centrada no "objeto" sendo descrito;
- Uma descrição circunstancial do trajar da pessoa descrita. Um indivíduo pode ter vários usos de roupa, mas a roupa e a circunstância em que é usada, combinadas nos fornecem alguns traços de caráter e personalidade do mesmo;
- Característicos da pessoa descrita no momento, mais concretos do que a roupa no item 4.
O mais elucidador da descrição no sentido apresentado é a frase "um vagar calculado e deduzido, um silogismo [Log. 2 premissas e uma conclusão] completo, a premissa antes da consequência, a consequência antes da conclusão" . O autor encaixa o comportamento de João Dias dentro da roupa que o mesmo usava, dando-lhe coerência, e sugerindo que o mesmo deve ser uma pessoa extremamente sistemática.
Conclusão
É este o produto que deve ser retirado de uma descrição: a coerência ou não das partes, e desta forma a competência ou incompetência do autor. Conhecer o autor também ajuda a entender o que ele escreve, pois eles escrevem de duas formas:
- Obedecendo ao seu modo peculiar de vida;
- Exprimindo o modo de vida que almejavam ter.
Machado de Assis, como escritor inteligente, psicólogo (mesmo sem o diploma), possui uma agudeza de análise elevada.
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